Como Gerir a Dor, Lesões e o Treino em Adolescentes – Parte 2/3

7 - minutos de leitura Publicado em Prescrição de Exercício
Escrito por Steven Collins info

Introdução

O objetivo da parte 2 deste blog é delinear processos simples que devem ser considerados ao criar um plano de gestão para crianças/adolescentes com dor ou lesão. Vamos abordar como obter adesão, o modelo de desenvolvimento atlético a longo prazo (LTAD) e as implicações para o tratamento ao longo desse continuum. Se ainda não leu, clique aqui para a Parte 1, que descreve a anatomia/fisiologia do crescimento e desenvolvimento, juntamente com sinais de alerta pediátricos específicos.

 

Crianças Não São Pequenos Adultos

O Dr. Teddy Willsey apresentou uma excelente revisão de pesquisa na edição de novembro de 2020 da Physio Network, onde descreve métodos baseados em evidências para envolver pacientes adolescentes no processo de reabilitação. Esta revisão destacou 3 principais barreiras para intervenções eficazes com pacientes adolescentes e recomendações para superá-las. Estas foram:

Capacidade

Refere-se à capacidade física e psicossocial do paciente de realmente aderir à intervenção. As intervenções mais eficazes envolveram educação clara e adequada sobre como a intervenção ajudaria e como poderia ser realizada no contexto da criança.

Oportunidade

Abrange as barreiras logísticas e ambientais únicas que as crianças enfrentam. A individualização das prescrições da intervenção para atender ao contexto da criança foi o aspecto mais importante.

Motivation

Refere-se à disposição da criança para se envolver no processo de reabilitação. Não é surpresa que o estabelecimento realista de metas, o acompanhamento do desempenho e tornar a intervenção divertida tenham sido os aspectos mais importantes aqui (1).

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Ao trabalhar com jovens atletas com deficiências, um dos meus mentores indicou-me o artigo sobre as “F words of childhood disability”. Esse artigo teve um impacto profundo na forma como estruturo as sessões com crianças e adolescentes. O artigo descreve o que considero ser a melhor prática na criação de um plano de tratamento eficaz, ligando-se aos resultados da revisão anterior.

Function (Função)

As crianças não vão fazer atividades que não estejam diretamente relacionadas com o que elas querem fazer. Portanto, o foco deve ser na função, e não nas limitações, mostrando como a intervenção vai melhorar a funcionalidade para garantir a adesão ao tratamento.

Family/Friends (Família/Amigos)

A rede de apoio mais próxima da criança deve estar envolvida no desenvolvimento do plano de tratamento. Família e amigos podem ser os principais facilitadores para que o tratamento seja realmente cumprido.

Fitness (Aptidão Física)

A infância é um dos momentos mais importantes para promover a atividade física visando a saúde ao longo da vida. É essencial encontrar uma forma de manter a relação positiva da criança com o exercício durante o período de reabilitação.

FUN (Diversão)

Uma intervenção de reabilitação para uma criança deve ser baseada na brincadeira e na diversão, com o efeito colateral de alcançar o objetivo pretendido. Estruturar a reabilitação desta forma aumenta significativamente a probabilidade de alcançar a dosagem necessária de exercícios. Por exemplo, para fazer os “wall sits” no tratamento de Osgood-Schlatter, é mais provável que a criança colabore se, durante o exercício, estiver a brincar com a mãe ou a tentar marcar cestos, em vez de simplesmente segurar um exercício isométrico entediante (2).

Implicações do Modelo LTAD na Gestão

O modelo LTAD (Long Term Athletic Development) ajuda a simplificar as orientações e a educação sobre os tipos de atividade física e a intensidade adequada para cada faixa etária.

FUNdamental (6-10 anos)

Nesta fase, o foco deve ser aprender padrões básicos de movimento, como agachar, fazer lunges, correr, saltar/aterrar, rolar, lançar, bater, etc. O objetivo é desenvolver uma base ampla de movimentos através de brincadeiras estruturadas e não estruturadas. Aprender a manipular o próprio corpo com intensidade máxima de 15 repetições (15RM) deve ser o foco principal do treino. As intervenções terapêuticas devem ser baseadas na brincadeira e na diversão, enquanto ainda se direcionam para a condição ortopédica específica. A especialização desportiva nesta idade aumenta o risco de lesões por uso excessivo.

Train to Train (Treinar para Treinar) (11-13 anos)

Nesta faixa etária, o objetivo é melhorar a condição física geral e a capacidade nos movimentos aprendidos anteriormente. Pode ser necessário regredir para estratégias fundamentais durante o pico de velocidade de crescimento (PHV), caso haja perda de coordenação neuromuscular, resultando em lesões agudas ou padrões de movimento de risco. A maioria das crianças nesta idade pode tolerar treino com resistência externa, se necessário (10-15RM). Alguma especificidade desportiva na reabilitação/treino é necessária nesta fase.

Train to Compete (Treinar para Competir) (14-17 anos)

Nesta idade, cerca de 50% do treino/reabilitação pode ser direcionado para a especificidade desportiva. Treinos com intensidades moderadas a altas (8-15RM) podem ser considerados em programas de reabilitação e treino, com foco em exercícios técnicos avançados.

Train to Win (Treinar para Vencer) (18+ anos)

Nesta fase, a especialização desportiva é totalmente normal, com o foco voltado para o desempenho específico, uma vez que o corpo já está praticamente maduro e passou com sucesso pelas fases anteriores. Para este grupo etário, as considerações em torno da reabilitação/treino são praticamente as mesmas que para adultos (1-4).

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O Mito das 10.000 Horas

I really want to break the myth that the 10000 hour rule will help improve little Jill or Johnny’s performance. If anything this mentality has been shown to lead to a relatively lower number of high performing athletes and increase the incidence of injuries mentioned in part 3. If anything, multi-sport athletes who focus on play-based development are better performers and have less risk of injury.

As a general rule, total training/rehab hours per week should never exceed the patients years of age. Put simply, if you allow kids to be kids, they are unlikely to push themselves to the point of overuse injury. It’s only when they are forced into high levels of repetitive structured training that injury risk increases. It’s also important to promote an off season for every adolescent for at least 12 weeks of no structured sports training. Here, they can self-direct their physical and emotional capacities, while maintaining skill through sport specific and diverse play (3-6).

 

Youth/Adolescent High Performance Sports Specialists

The following is for those of you working with high performance youth sports specialists (even though this category is hopefully decreasing due to all I mentioned above). Management of the amount of training stress these athletes can be exposed to has been split into 3 categories. It is worth considering these categories for the return to training/sport as it can help to determine the rate of reloading/return and mitigate risk of re-injury. These categories are:

  • Load sensitive athletes who are high performing sports specialists showing consistent intolerance to highly specific training stress. Progress rehab and training loads with caution.
  • Load naive athletes who are high performing sports specialists with low training ages and skeletal immaturity. Avoid spikes in rehab/training loads until skeletally mature.
  • Load tolerable athletes are either skeletally mature and/or have a history of training successfully at or above the recommended 1 hour/year of age sport specific training stress. Still ensure the child is psychologically tolerating training and not burning out (7).

 

Conclusion

So that’s part 2 done and dusted! Hopefully it has you considering how to practically build an intervention for children of all ages and goals. Next up in part 3 we will cover commonly encountered conditions.

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Referências

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