Sindrome Pubálgico: Um Guia Clínico para Avaliação

6 - minutos de leitura Publicado em Quadril
Escrito por Elsie Hibbert info

A avaliação do Síndrome Pubálgico pode ser um processo complexo para os clínicos. Com tantas estruturas próximas entre si, é um desafio identificar a verdadeira origem da dor e, assim, proporcionar aos pacientes os melhores resultados. Além disso, pode ser frustrante pensar na baixa precisão de alguns testes clínicos, que deveriam ajudar a excluir ou confirmar possíveis causas. Diante disso, surge a questão: o que devemos priorizar na primeira sessão? Como diferenciar as condições? E, o mais importante, como sabemos se estamos no caminho certo? A Dra. Andrea Mosler utiliza a sua experiência clínica para tornar este processo mais eficiente no seu Curso Prático sobre avaliação e tratamento do Síndrome Pubálgico.

Se deseja aprender exatamente como a especialista Dra. Andrea Mosler avalia e trata o Síndrome Pubálgico, assista ao seu Curso Prático completo AQUI.

Dicas Clínicas da Avaliação da Dra. Andrea Mosler:

 

1- Categorizar a Fonte da Dor

Embora as categorias do Síndrome Pubálgico sejam familiares para alguns, é essencial começar com uma lista bem estruturada. O Acordo de Doha (1) estabelece as seguintes categorias para isso:

  1. Síndrome Pubálgico relacionado aos adutores
  2. Síndrome Pubálgico relacionado ao iliopsoas
  3. Síndrome Pubálgico relacionado à região inguinal
  4. Síndrome Pubálgico relacionado à região púbica
  5. Síndrome Pubálgico relacionado ao quadril

Essa categorização facilita a organização do diagnóstico diferencial e orienta a avaliação clínica para incluir ou excluir certas condições.

 

2 – Avaliação Subjetiva Completa

Como sempre, uma avaliação subjetiva minuciosa é fundamental para o sucesso na gestão de qualquer cliente. Existem alguns aspetos específicos relacionados com o Síndrome Pubálgico que deves recolher na consulta inicial. Além da localização, tipo, profundidade e qualidade da dor, é importante saber se existem outros sintomas, como estalidos, cliques ou sensação de instabilidade.
Adicionalmente, para os potenciais clientes com morfologia cam, é essencial conhecer o histórico de atividades/carga, especialmente entre os 9 e os 14 anos de idade. Também é crucial compreender a intensidade e a natureza da atividade atual, bem como os movimentos específicos do desporto que possam estar a agravar a condição. Obter estas informações na sessão inicial ajudará a começar a construir um quadro do problema do cliente e a orientar o teu raciocínio clínico para a avaliação objetiva.

 

3 – Palpação é Fundamental

A palpação da região do quadril e virilha pode ser um desafio. Primeiramente, a região dos adutores é frequentemente sensível, independentemente da patologia, e distinguir entre diferentes estruturas pode ser difícil, especialmente para clínicos que não lidam com dores na virilha com frequência. No entanto, a palpação é um passo essencial – o Acordo de Doha recomenda o uso da sensibilidade à palpação para confirmar certas fontes de dor, especialmente a dor relacionada aos adutores (1). Portanto, a palpação deve ser feita e deve ser bem feita. Quando combinada com outras descobertas clínicas, a sensibilidade à palpação pode reforçar o diagnóstico. Por outro lado, a ausência de dor à palpação pode ajudar a excluir certas categorias do Síndrome Pubálgico– desde que a palpação tenha sido feita com precisão.

Se precisa aprimorar as suas habilidades de palpação, veja no vídeo abaixo um trecho do Curso Prático da Dra. Andrea Mosler, onde ela demonstra como palpar o tendão do iliopsoas.

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4 – Teste de Flexão-Adução-Rotação Interna (FADIR) como Ferramenta de Triagem

A baixa precisão diagnóstica dos testes clínicos para o quadril e a virilha torna a diferenciação da origem da dor um grande desafio. No entanto, uma revisão sistemática recente reforça a utilidade do teste FADIR como ferramenta de triagem (2).
O FADIR pode ser útil para excluir o quadril como origem da dor na virilha. Ou seja, se o FADIR for negativo, é improvável que o quadril seja a fonte da dor. Porém, se o FADIR for positivo, isso não significa necessariamente que o problema está no quadril. Esse teste pode comprimir várias estruturas, como o iliopsoas, podendo levar a falsos positivos. Resumindo, se obtiveres um FADIR negativo, então o quadril pode ficar no final da lista de prioridades até prova em contrário. Mas, se obtiveres um FADIR positivo, é hora de investigar um pouco mais.

 

5 – Testes Excêntricos São Mais Eficientes

Todos conhecemos os testes isométricos resistidos para provocação da dor. No entanto, a avaliação da força excêntrica da musculatura do quadril pode ser mais eficaz para confirmar ou excluir certas fontes de dor na virilha (3). Além disso, a Dra. Andrea Mosler destaca que esse tipo de teste também é mais útil na avaliação para o retorno ao desporto. Portanto, incluir testes excêntricos na avaliação inicial e no acompanhamento pode ser essencial, especialmente para pacientes com dor crónica na virilha. Confira no vídeo abaixo um trecho do Curso Prático da Dra. Andrea Mosler, onde ela demonstra como testar a força excêntrica dos abdutores do quadril.

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6 – Avaliação da Transferência Lateral de Peso

É essencial avaliar a capacidade do paciente de transferir o peso lateralmente. Estudos mostram que atletas com dor na virilha, especialmente aqueles que jogam futebol, rugby e outros esportes, apresentam um controle pélvico alterado no plano coronal em comparação com indivíduos saudáveis (4).A avaliação pode incluir: Observação do movimento pélvico durante a postura unipodal (em um pé);
Teste do agachamento unipodal para verificar estabilidade durante o movimento. O paciente deve demonstrar boa estabilidade pélvica ao se mover lateralmente. Caso contrário, esse fator deve ser priorizado no programa de reabilitação.

Confira no vídeo abaixo a avaliação da Dra. Andrea Mosler, onde ela demonstra como analisar a transferência de peso lateral em apoio unipodal.

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Conclusão

Da próxima vez que um paciente com Síndrome Pubálgico entrar no seu consultório, esperamos que essas dicas clínicas lhe tragam mais confiança na identificação precisa da principal fonte de dor, permitindo um manejo mais eficaz da reabilitação.

Muitas vezes gostaríamos de ser uma “mosca na parede” para observar como fisioterapeutas especialistas avaliam e tratam certas condições. Agora, isso é possível graças aos Cursos Práticos de especialistas da Physio Network! Para um entendimento mais aprofundado sobre como um fisioterapeuta especialista avalia o Síndrome Pubálgico, assista ao Curso Prático completo da Dra. Andrea Mosler AQUI.

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